A Aliança Negra pelo Fim de Violência é um programa iniciado pelo ELAS+ Doar para Transformar, em parceria com a Ford Foundation, para fortalecer organizações que atuam com projetos de combate à violência, no enfrentamento ao racismo no Brasil. Esta parceria tem por objetivo produzir impactos nas esferas governamentais de gestão da segurança pública, no campo judicial de solução de conflitos, e no debate público sobre a preservação das vidas negras. Serão promovidas também reuniões de articulação política nacional e internacional entre lideranças negras.
Foram definidas três linhas estratégicas para apoio às iniciativas: 1) O enfrentamento ao racismo institucional e ao genocídio da população negra; 2) O combate à violência contra mulheres negras e pessoas trans negras(es) e 3) A comunicação antiviolência racial. Para desenvolver esses projetos, o apoio financeiro será de mais de 5,4 milhões de reais ao longo de três anos.
O ponto de partida foi o lançamento de um edital para recebimento de projetos de organizações e de redes que atuam no enfrentamento ao racismo no país. Nesta chamada, foram enviados projetos de todas as cinco regiões do Brasil, com destaque para o Sudeste (41%) e Nordeste (39%), seguidos pelo Norte (9%), Sul (7%) e Centro-Oeste (4%). As propostas foram majoritariamente enviadas por organizações formalizadas: 69%. Apenas 31% das inscrições eram de organizações sem formalização.
Foi constatada ainda elevada participação de lideranças de pessoas lésbicas, bissexuais, transsexuais e intersexo, sendo 44% lideradas por LBTI.
Após a avaliação dos projetos, foram selecionadas 12 organizações e quatro redes das regiões Nordeste, Norte, Sul e Sudeste, com experiência de atuação no enfrentamento ao racismo há mais de sete anos. Elas estão desenvolvendo projetos de enfrentamento ao racismo institucional e ao genocídio da população negra, de combate à violência interligada de raça, gênero e sexualidade, e de produção de narrativas antiviolência racial. São organizações que atuam junto ao sistema prisional; à regulamentação de territórios quilombolas e reivindicação de direitos das favelas e periferias; promovem ações políticas de enfrentamento às opressões e violências; combatem às desigualdades; lutam pelos direitos humanos; fazem incidência política governamental; denunciam a violência contra mulheres negras e pessoas trans negres; e desenvolvem projetos de comunicação antirracista.
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